16 de fevereiro de 2013

Na ala das mães exaustas

Peguei um resfriado na semana passada e passei pro filhote. Daí já viu,né? Febre por 4 longos dias, chororô interminável, colo all the time, peito chiando e nariz escorrendo. Feio assim meu feriado de carnaval. Nem ví passar! E pra ajudar peguei virose no sábado, fui parar no hospital de madrugada. Enquanto o povo tomava glicose eu tomava buscopan e plasil na veia >.>

Preocupação em nível máximo, acordando toda hora pra ver se a febre tinha baixado, três idas ao pronto socorro e quando tudo parecia bem, os benditos dentinhos dão sinal de que estão por vir mesmo.

Cansaço mórbido! Essa noite, César acordou as 3 da manhã e não queria dormir mais. E que tinha ido dormir as duas, me desesperei e dramatizei pro marido que fez o pequeno dormir enquanto eu me esborrachei no sofá.

E também tem a angústia da separação que parece que explodiu assim como os acesso de tosse do gordinho. Só me quer, náo posso sair um minuto e se está no colo de alguém, joga logos os bracinhos pro meu lado.

Sei que meu filho está precisando de mim, mas as vezes me dá uma vontade e tirar férias da maternidade! De dormir sem ter hora ( leia-se ser acordado por alguém), de planejar meus fins de semana, de pensar que depois do trabalho vou pra casa DESCANSAR e não descansar enquanto trabalho, sabe como é?

Só desabafo de mãe cansada beirando a exaustão.

7 de fevereiro de 2013

As profundezas do "eu" e a maternidade

Ninguém tinha me contado das dificuldades da maternidade. Nenhum parente próximo ou amiga mais íntima que pudesse me alertar das agruras de ser mãe. Porque eu não tinha pensado em ser até me tornar uma e por alguma razão as pessoas não te contam desse dark side.

Muitas mulheres dizem que só se sentiram completas depois de ser mãe. Não que eu me sentisse completa antes, mas definitivamente não foi o fato de ter um bebê que me fez sentir esse ' completo'. E acho q na verdade passei a me sentir mutilada de muitas formas.Pq quando se tem um bebê, a sua vida muda completamente. E acredito q mesmo estando preparada é uma mudança muito forte, não estando preparada então, posso garantir que é um choque.

Vc tem oito meses, as vzs menos, dependendo de que estagio descobriu a gravidez,pra se " preparar" mas uma coisa é você cuidar de um bebê dentro de você e outra completamente diferente é cuidar de um fora , mas que ainda precisa que vc esteja grudada nele 24 hs por dia. E nisso vc perde até o movimento dos braços que ficam integralmente envoltos naquele pequeno ser, vc vive em função das vontades dele, não tem mais tempo pra pensar em vc, nem tomar banho,escovar os dentes, fazer xixi, que dirá dormir. É como se vc tivesse que deixar o seu corpo só pra cuidar dele e o seu eu fica esperando em algum lugar qualquer o mínimo momento de vc voltar pra satisfazer meia ou uma das suas necessidades antes de voltar a cuidar do seu filho.

E vc se sente o ser mais sozinho do mundo. Mesmo que seu marido, sua mãe, amigos, parentes estejam próximos. Porque aquele trabalho é só seu, pq chega uma hora em que todos se vão pra suas vidas, seus trabalhos e passeios e vc continua ali se revezando entre trocar fraldas e dar de mamar e embalar e colocar pra arrotar.
Com certeza a privação de sono é a pior coisa de todas. Pq essa hora q seria efetivamente só sua é interrompida, numa visão super otimista, a cada três horas, ou no meu caso, a cada duas ou uma ou meia hora. E vc passa a zumbizar por aí, chorando e ouvindo choros a maior parte do tempo.

Dizem que depois de três meses melhora. Mentira. Pra mim foi mentira. Porque ninguém te conta nada mas adora perguntar depois: dorme? E quando vc conta o que está passando as pessoas vem dizendo " é assim mesmo!" . Meio que encerrando o assunto ou contando o que aconteceu o próprio filho: fulano tinha um mês e já dormia a noite toda. Beltrano demorou três meses! Eu conto que César está com quase nove meses e depois de muito custo (algum próximo post), dorme das 20:30 mais ou menos até as 23hs, mama e acorda as 5 ou 6 da manhã. E isso é uma benção apesar de não ser perfeito. Porque até os sete meses ele ainda acordava a cada 2:30, 3 hs pra mamar.

Tem muita coisa obscura e sombria que vem junto no pacote. Muito conhecimento de si mesmo que aflora, mas não vem só de maneira leve e descontraída. E parece q é pecado vc dizer q sofre num momento táo mágico e milagroso da vida, então vc tem que fingir/esconder de todo mundo o que pensa e sente.
Tive quatro ou cindo crises que explodiram desde que César nasceu. Conversei muito com meu marido, contando coisas que não eram as mais legais de se dizer pra ele e pra ninguém e ele foi um espetáculo, entendendo a situação e me ajudando da maneira que era possível.

O tempo realmente ajudou. Fui descobrindo, trabalhando e aceitando os meus conflitos e as dúvidas. Sei que ainda tem muita coisa pra aprender, compreender e trabalhar, mas fico feliz em perceber que amadureci muito em pouquíssimo tempo e hoje entendo coisas que estavam escondidas lá no intimo e que só um acontecimento muito poderoso como o de se tornar mãe poderia fazê-los vir a tona.

2 de fevereiro de 2013

César vai pra escola

Desde a gravidez eu me preparo para o dia em que deveria deixar meu filho na escola. Essa decisão pra mim era natural porque nunca passou pela minha cabeça deixar minha vida profissional e me dedicar exclusivamente a vida doméstica.

Depois que César nasceu, imaginei que aos 5 meses eu teria que deixa-lo numa creche pois acabaria minha licença maternidade, mas quis o destino que eu me mudasse de cidade e por sorte é onde moram meus pais e mamys se prontificou (e fez questão) de ficar com o pequeno.

E lá se vai mais de 3 meses que meu gordelo fica a maior parte do dia com a vovó e adora!
Só que minha amada e essencial mãezinha sempre abraçou o mundo, cuidava integralmente das filhas e da casa e gostaria de fazer o mesmo com o neto. Mas os tempos são outros, tem muito mais pessoas pra ela cuidar hoje (meu pai e minha irmã além de mim, meu marido e o César que estamos temporariamente morando com eles), o neto tem a energia dos bebês que ela não se lembrava e ela já não tem o mesmo pique.
Depois de muito falarmos, consegui que pelo menos ela aceitasse uma diarista semanal e estamos levando assim desde então, só que eu percebo o quão cansada ela está. Quando chego a noite percebo o que ela gosta de ficar com o neto, mas visivelmente o dia todo está muito puxado pra ela.
Então saí a procura de escolinhas pra que César fique ao menos meio período e minha mãe possa ter um tempo com as coisas dela.

Estou feliz e acho que será bom pra ele conviver com outras crianças e novas atividades. Segunda feira começamos o período de adaptação, espero que ele vai gostar.